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quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Manifesto de educadores e dos gestores!

Manifesto dos Educadores -???- Mineiros pela reeleição de Lula???

Li com uma mistura de risos e indignação o documento com o título acima. Grita aos nossos ouvidos e salta aos nossos olhos a audácia daqueles que se auto-intitulam educadores e pretendem sob esta capa, convencer as pessoas a votarem em Lula. Percebi logo de cara a hegemonia de nomes e cargos ligados ao Sind-UTE estadual e da SMED. Pensei inicialmente em contar, mas eram dezenas e dezenas e não tive estômago para continuar quando vi o jurássico Hilário, sindicalista redivivo - muitíssimo vivo!!! - na listagem. O cara de pau ainda se acha um educador! Nada contra cada um se proclamar como quiser, mas é o mesmo que Dirceu Lopes, Dario e Jairzinho se afirmarem jogadores de futebol, mesmo sem pisar num gramado para uma partida oficial há décadas.

Existem profissões e atividades em que não existe a figura do EX. Nunca se ouviu falar em ex-papa. Existem algumas outras atividades em que se perpetua a identificação com a antiga profissão pelo inusitado da trajetória: presidente e torneiro mecânico, por exemplo. A falta de um dedo de Lula testemunha que um dia ele foi metalúrgico. Se ele saberia ligar um torno hoje em dia é outra história...

Mas será que encontraremos vestígios de docentes, educadores, professores, mestres em quem não saberia nem fazer uma chamada mais? Em gente que não pega em um giz há dez, doze anos? E pior, em gente que sabe pouquíssimo sobre o público do interior das salas de aula, pela intensa e rápida transformação das gerações de estudantes? Em mestres de ensinar a ensinar, em quem tem as receitas do bem lecionar e que não lecionam desde os anos 1900 e tal? Não, não estou tratando aqui de dar palestras, de ministrar cursos nas gerências, gabinetes e seminários oficiais. Estou falando de docência! E de decência!

Se rasparmos as camadas e camadas de burocracia estatal que tingem a pele dos ditos educadores da lista, encontraremos o quê? Um educador fossilizado? Creio que mais fácil seria identificar a mestra romana encontrada petrificada nas escavações de Pompéia como educadora. Pelo menos ela morreu lecionando, coisa que a maioria dos ex companheiros e companheiras do manifesto não sabem mais o que é....

Será que na listagem abaixo, encontraríamos alguém que lecionou neste século XXI?

Verifiquem: Zamara, Gered CS; Saulo, Corregedor; Afonso, SMED; Antônio Davi, SMPS; Newtom de Souza ? o Newtinho; Hilário, sem comentários; Pilar, idem; Rogério Correia, idem; Carlão, idem... Ora, tenham a santa paciência!!!!

Observem que não estou falando que os listados não trabalham ou coisa semelhante. Estou afirmando com todas as letras que podem ser gestoras, legisladoras, gerentes, assessoras, ou qualquer coisa que o valha. Educadoras e educadores não! Se há alguma dúvida procure no dicionários de sua preferência o significado do termo educador.

Na lista ainda estão os diretores de escola, eleitos entre seus pares e a maioria saído das salas de aulas há dois ou no máximo quatro anos. Vieram das salas de aula e voltarão para as mesmas um dia. Estão em contato direto e cotidiano com a escola e sua realidade. Não são cargos de confiança da PBH. São cargos de confiança da população. Creio até que a maioria pensa e age assim.Talvez um ou outro ainda não tenha clara esta definição, mas é assim que deveria ser. Foram eleitos pela comunidade para servir a comunidade e não a SMED ou as GEREDs. Abro aqui uma exceção para defender este segmento dos trabalhadores em educação. Lamento somente que não tenham atinado para o uso ideológico de seus nomes e cargos e do método da confusão para fins de convencimento.

Explico: colocando seus nomes " legitimamente " como educadores, na mesma listagem que os cargos de confiança do prefeito e dos eternos sindicalistas, servem inconscientemente - creio eu - à causa do patrão contra o trabalhador; da casa grande, em detrimento da senzala; do aparelhamento do estado, em detrimento da organização da sociedade. Afirmam veladamente Lula como opção de todos os educadores e como o melhor para a educação.

Alguns não verão e não vêem nenhum problema. É só uma lista, dirão eles. Para quê tanta polêmica, perguntarão.

Sinto ser o estraga prazeres, o desmancha festa, o pessimista de plantão. Observem o tratamento dispensado aos docentes pelos partidários de Lula. Observem a conduta neo-stalinista da corregedoria, das GEREDs, da SMED e dos que abraçaram como sua, e de mais ninguém, a prefeitura de Belo Horizonte. Observem os que balançam as bandeiras de plástico de Lula nas portas das repartições públicas. Vejam o constrangimento em seus olhos. Antes defendiam a mudança, o novo, um país diferente e justo. Hoje defendem suas nomeações, seus cargos e só.

Verifiquem também as propostas de reformas previdenciária e trabalhista anunciadas e defendidas pelo governo Lula. Vejam o modo petista/Pimenteista de governar. Será que retirar direitos de aposentados; rebaixar salários de docentes via super exploração de seu trabalho; impossibilitar o necessário planejamento nas escolas; buscar pulverizar os críticos com ações na corregedoria; negar por anos a fios o passe livre para os estudantes das escolas públicas; tratar professoras e professores com truculência e os cassetetes da Guarda Municipal; gastar rios de dinheiro público com publicidade e com o próprio gabinete; liberar professores somente para sindicatos e gabinetes aliados e cooptados, é fazer mais pela educação?

Ora, se é assim: Nem Lula, nem Alkmim,

NULO LÁ!

Prof. Geraldinho - terceiro turno - IMACO.

3 comentários:

Anônimo disse...

Hilário, educador? Onde, não?

Anônimo disse...

é simplesmente Hilário. E rima com otário que é o que eles acham que somos.

Anônimo disse...

"A indignação é a revelação de motivações muito profundas, presidindo a escolha de prioridades, eleição de interesses, revelando opções ideológicas e políticas. Toda indignação, pois, merece ser submetida a uma profunda avaliação. Nem sempre é tudo tão edificante quando se trata de indignações. Há indignações que não podem deixar de hospedar-se no coração humano. Sua ausência é o risco da indiferença que descompromete ou propicia atitudes como defesa mesquinha dos próprios interesses, resultado de uma visão míope na consideração da realidade dos outros, especialmente dos mais pobres.".
Trecho do artigo de Dom Valmor
EM - Dia 27/10/2006