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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Greve dos Professores 16.09.11 | Praça da Liberdade | Belo Horizonte


Enviado por  em 20/09/2011
(www.ilovebubble.com/grevedosprofessores) As imagens e depoimentos foram captados durante o evento de inauguração do cronômetro regressivo dos 1000 dias para a Copa do Mundo do Brasil. Na ocasião, a Greve dos Professores da rede estadual de educação de Minas Gerais completava 100 dias.

Confira a cobertura completa no www.ilovebubble.com/grevedosprofessores

Imagens de Natália Carvalho

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Agradecimentos


Caros colegas,

 A tão almejada licença SEM VENCIMENTOS, finalmente saiu. Foi realmente muito difícil conseguir. 


Agradeço a atenção, o apoio e coleguismo de todos vocês. 

Embora, em razão da missão que abracei, esteja com meu tempo absolutamente limitado, dado o atraso que a minha pesquisa sofreu, não me furtarei a acompanhá-los nessa lista, no blog etc. nas nossas atividades de denúncia e reivindicação.

Desejo sorte e, mais que isso, medidas efetivas (sem esse desvario de projetos, de cima pra baixo)  para melhorar  nossa condição de ensinar. Aliás, por que é que Leis como da Ficha Limpa, ou da Tolerância de Álcool Zero no trânsito, que têm motivos mais que justificáveis para serem integralmente implantadas e cumpridas, não pegam no Brasil e o ECA, que tem algumas coisas questionáveis, fica aí, nos assombrando, porque o interpretam ao pé da letra e, por isso, acabam tirando o direito à educação dos nossos bons alunos ou daqueles potencialmente bons (já que precisam apenas de um aperto e devido apoio) ?! 

De "boa intenção" o "inferno" está mesmo CHEIO!!!

Grande abraço

Woodson F.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Lei do reajuste de salários da PBH/2011

Está aí  a  LEI Nº 10.252, DE 13 DE SETEMBRO DE 2011, fruto do PL nº 1840.
Pelos cálculos os reajustes serão pagos em Outubro. Observem também o anexo.


Fonte: Diário Oficial do Município (DOM) , dia 14/09/2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Aposentados: vítimas.

Aposentados: vítimas. 
Modesta Trindade Theodoro
Não há um culpado.

Talvez o texto que se segue devesse se chamar: "O blefe". Mas isso é título para livro. Bem que os aposentados mereceriam um livro. Já foram alcunhados de vagabundos e outras palavras ofensivas. A maioria de governantes, Poder Legislativo e muitos sindicatos, definitivamente não combinam com esse setor. Poderia afirmar, com certa leveza, que existe um Hitler em cada um de nós (sem generalizações), que teima em aparecer de quando em vez. E, quando aparece, sai catando as categorias consideradas mais frágeis.
Alguns vereadores de BH bem que tentaram criar uma emenda para aposentados. No entanto, mais pareceu algo de cunho demagógico, um grande blefe. É a tal da emenda 5 (cinco): extensão do reajuste a todos os aposentados.
Nem parece emenda de tão maltratada. Assemelha-se a um grito de guerra de futuros candidatos a um cargo eletivo. A emenda foi rejeitada por uma comissão. E como não?! Dizem que ela cria despesas sem apontar a fonte. Um aparte: quase todas as outras emendas que não tiveram veto na Câmara criam despesas para o município sem mencionarem a fonte de custeio.
Portanto, o motivo não é óbvio assim. Talvez possamos explicar a rejeição. Primeiro: nenhum aposentado com paridade, que tem reajuste na mesma época e de igual valor ao pessoal da ativa, ficará sem reajuste. Eles não precisam de emendas. É direito explícito em lei maior, e com ela não se brinca. O termo "todos" deveria se referir somente a quem se aposentou sem paridade, por invalidez ou pouco antes do tempo de aposentadoria. A emenda ficou vaga. São aproximadamente mil aposentados sem reajustes, conforme divulgaram os veículos de comunicação. O que aposentados sem paridade, em sua maioria com problemas de locomoção, se perguntam é: por que não foram colocados no projeto de lei (PL) que reajusta os salários dos servidores, sem que precisem de emenda, considerando todas as perdas de 2005 a 2010, com reajuste diferenciado, como manda a lei?

Quando governo e sindicatos se reuniram para revisão e modificação do texto a ser enviado à Câmara, nem consideraram o fato.

Os professores e demais aposentados foram enfiados em 2010 em um PL, agora substitutivo (da Previdência), que deveria tratar tão somente da previdência, e não de leis de reajustamento de salários. Uma afronta! Isso é separatismo, é exclusão.

A "emenda", se aprovada, não passaria pelo Executivo municipal, e com razão. Sem uma lei dizendo como seria o reajuste dos aposentados por invalidez, até há chance de emendas demagógicas passarem; do jeito que está, o Executivo não assinaria abaixo e, se assinasse, viria com uma razão para o veto parcial.

Faltou critério aos analisadores do PL que ora tramita e deverá ser aprovado nesta semana. Sobrou maldade, sabemos bem. Os aposentados estão à mercê de pessoas que lidam com o poder de forma prosaica, discutível. E, dessa vez, admitamos: não há um culpado único por essa situação vexatória para Belo Horizonte, infelizmente.
MODESTA TRINDADE THEODORO
Pedagoga, professora aposentada
Publicado no Jornal O TEMPO em 08/09/2011
Fonte: Jornal O Tempo

domingo, 11 de setembro de 2011

Que falta de educação (CLIP)

De: José Maria Theodoro
Para: professorpublico@yahoogrupos.com.br

O Editorial é terrível, especialmente para pedagogos.Em contrapartida, foi publicado no caderno Pensar: "Que falta de Educação" (27/08, EM) um texto bem interessante.


E é possível lê-lo durante toda a semana, só é publicado aos sábados.Observe:



Que falta de educação





João Paulo


Publicação: 27/08/2011 04:00









No Estadual Central, salas vazias são reflexo de caminhos que não se cruzam: alunos em casa e professores na rua


A greve do setor público estadual da educação carrega um punhado de sinais. O mais importante deles, além dos baixos salários e das más condições de trabalho dos professores, é a forma como a educação vem sendo tratada no Brasil. E não é de hoje. O fato de os movimentos de paralisação se concentrarem sobretudo na questão do ganho do professor (com o pouco sutil desvio do nome de salário para subsídio, de modo a turvar a discussão) é um sintoma a mais da doença do descaso com que o setor é considerado. Independentemente de qualquer argumento, a defesa de pagamento a professores do ensino médio em patamares próximos ao do salário mínimo é um atestado do que vale a profissão para o gestor público.




A conta da remuneração do professor – como de qualquer outro profissional que exerce funções relevantes – deveria ser passível de um cálculo simples, que se balizasse pela menor discrepância possível entre o maior e o menor salário praticado. Assim, é justo e lícito pensar que um mestre de primeiras letras ou de ensino fundamental e médio recebesse valores compatíveis com salário do governador, do conselheiro do Tribunal de Contas ou de um juiz, na razão de até três por um. A não ser que, deixado de lado o escopo meritocrático (o que é mais importante para a sociedade?), a escolha recaísse em atributos de distinção e poder.




Não se trata de sofisma ou utopia. Em alguns países essa regra é aceita como padrão de civilidade. No Brasil, a constituição do sistema de educação, seja na relação público e privado, seja nas diferentes atribuições dos três níveis de governo, seja no tratamento diferenciado dos estágios de formação, tudo isso concorre para a construção de um edifício injusto e gerador de mais injustiça. Em outras palavras, há primazia do setor privado, indefinição de competências e afunilamento de oportunidades para a formação em nível superior na universidade pública. Nosso sistema é um rito voltado à exclusão.




A greve na educação, além de um fato político fundamental, tem potencial pedagógico em uma sociedade que parece ter perdido o norte do movimento sindical em nome de um realismo pragmático. Se nas sociedades modernas as relações políticas se deram em torno de duas instâncias formais – os partidos e sindicatos –, o contexto contemporâneo parece ter dissolvido essa história. Os partidos pelo jogo indecente da coalizão tocada a negociatas e "participação no poder"; os sindicatos pela busca de resultados e corporativismo alienante. Resta a recuperação dos movimentos sociais, que surgiram como alternativa nos anos 1970 e hoje parecem conter boa parte da politização social, mesmo que demonizados pela imprensa.




Quando professores cruzam os braços em reivindicações legítimas estão dando lições de cidadania. A perda do potencial politizador e educativo do outro lado se instaura quando a negociação, em vez de se dar na arena pública do debate, se desloca para a imprensa em forma de comunicados que distorcem a realidade (como a já referida "sutileza" de renomear salários como outro nome). Fingir que não se faz política em nome de decisões técnicas é a forma mais estúpida de fazer má política. A boa condução de um momento de crise deixa lições dos dois lados: o que pode a política quando impulsionada por demandas justas e o que cabe ao poder estatal na tarefa sempre necessária das revisões de rota em nome do interesse público. Negociar pode ser uma tarefa rica ou uma ação sem mérito. As duas possibilidades estão sempre em jogo.




Falsas premissas O combate à corrupção, que vem ganhando cada dia mais espaço na vida pública brasileira, é sempre referido sob um duplo vínculo. De um lado, trata-se de cortar uma tendência criminosa da nossa formação, que concentrou privilégios e hipertrofiou o interesse particular, usando o Estado como alimento. A corrupção seria um dos nossos males de origem, mas nem por isso nosso destino. De outro lado, o resultado da erradicação desse parasitismo social seria a garantia do fortalecimento das políticas públicas, principalmente educação e saúde. O dinheiro que falta na área social estaria sendo drenado pelas más práticas e pela má-fé.




A lógica pode ter sua facilidades. Assim, o teorema político tinha duas pernas e uma conclusão: se o roubo retira os recursos necessários ao interesse público, combatido o crime com eficiência, estaríamos preparados para implementar práticas excelentes no campo social. A candura do argumento está tanto nas premissas quanto na conclusão.




Em primeiro lugar a corrupção não é um desvio, mas uma triste regra norteadora dos interesses políticos. Não é por acaso que muita gente tem defendido o fim das ações do governo federal na área, dizendo que já é "hora de governar", como se combater a corrupção não fosse um dos bons exemplos de governança.




O segundo momento do nosso silogismo parece universalizar as estratégias de acercamento do problema em torno de crimes e desvios legais. O mais grave não é tanto o delito, mas a consideração de que as ações públicas são consideradas universais e inquestionáveis por todos. Assim, tanto é corrupção o desvio puro e simples de recurso como, por exemplo, os planos de ajuda aos bancos, a escassez de recursos orçamentários para a área social e – para não fugir do assunto – o pagamento de salários irrisórios aos professores.




Por fim, a terceira parte da argumentação é a mais passível de debate: afinal, de que educação estamos falando quando deixamos jorrar da boca essas palavras como sendo o paraíso das nossas boas intenções? A história da educação no Brasil, construída em nome de uma perspectiva que garantiria oportunidades iguais de participação na riqueza social, se mostrou, nos últimos 50 anos, um campo de luta. Houve o momento em que foram questionadas as raízes ideológicas do processo, de caráter muito mais reprodutor (era a palavra da época) que formador. A educação discriminava as faixas populares, concentrava capital simbólico e alimentava os interesses do sistema econômico. Nada de liberdade, nada de igualdade. Fraternidade, então, nem pensar.




A primeira Lei de Diretrizes de Bases da Educação, de 1961, foi criada no contexto de uma sociedade siderada pelas promessas do desenvolvimentismo e, mais que mecanismo de ascensão, a educação se tornava estratégia para o progresso, traduzida na preparação para o mercado. Depois de várias iniciativas inspiradas pela consideração do processo educativo como agente de dinamização da sociedade, parece que retornamos ao mesmo imperativo da educação pensada como adestramento, o que pode explicar o atual desprestígio do saber em nome da competência técnica. Mais uma vez, parece que o Brasil, sem alcançar a modernidade (ensino universal, laico, gratuito e de qualidade), buscou um atalho sedutor da pós-modernidade (ensino pago, adestrador, elitista e ideológico).




Líquida e incerta O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, criador do conceito de modernidade líquida, definiu nosso tempo como "inóspito à educação". O novo modelo de educação, para ele, coloca em xeque a ideia de invariantes, uma outra maneira de definir os valores sólidos de uma sociedade. No mundo líquido, não há lugar para fidelidade ou compromissos a longo prazo. A educação, nesse horizonte, vai ao sabor dos ventos (é só ver como os jovens hoje são mais preocupados com o emprego do que com a carreira; com o resultado do que com a construção; com o salário do que com o trabalho), nas asas do mercado e da competição. A educação, hoje, de acordo com Bauman, se preocupa mais em descobrir saídas individuais para problemas coletivos que achar o rumo de respostas coletivas para problemas privados. Sai o educador e entra em cena o orientador de carreira; o conhecimento se torna menos importante que a personalidade.




A greve é um momento de repensar a carreira dos professores e a dignidade de seu ofício. Mas é, principalmente, a hora de decidir que mundo estamos construindo. A forma como os professores são tratados é um sinal de civilização para todos ou a afirmação da barbárie que interessa aos defensores dos privilégios de classe.


Fonte: Jornal Estado de Minas


EDITORIAL » Vexame na escola Prova revela que metade das crianças não aprendem o básico


Publicação: 28/08/2011 04:00


A educação não para de desmentir o sucesso e de colocar em dúvida o futuro da sétima economia mundial. O mais recente raio X de como anda o aprendizado das crianças brasileiras não autoriza o otimismo oficial, especialmente quanto às vítimas da escola pública. A Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização, conhecida como Prova ABC, foi aplicada a seis mil alunos do 3º ano do ensino fundamental (antiga segunda série). O exame foi elaborado por especialistas do movimento Todos pela Educação, em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação, e com participação da Fundação Cesgranrio e do Instituto Paulo Montenegro/Ibope. Os testes foram aplicados em 250 escolas públicas e privadas de todas as capitais e do Distrito Federal, o que resulta numa mostra considerável da realidade escolar desse nível de ensino.




Na série estudada, as crianças têm entre oito e nove anos, ou um pouco mais, no caso dos alunos por algum motivo atrasados. As provas procuraram medir quanto os alunos tinham aprendido em relação ao esperado para o que tinha, ou deveria ter, sido, ensinado, àquela altura da escolaridade, com foco na leitura, escrita e na matemática. O que se revelou foi que, em vez de funcionar como um dos principais instrumentos de inclusão social e de preparação da futura geração para garantir competitividade ao país, a educação tem falhado gravemente, especialmente na rede pública e nas regiões menos desenvolvidas. Praticamente a metade das crianças examinadas não aprendeu os conteúdos. A Prova ABC constatou que 44% dos alunos da terceira série leem mal, 46,6% escrevem ainda pior, e nada menos do que 57,2% têm seríssimas dificuldades em matemática. Os testes revelaram que, com mais de oito anos, a maioria ainda não sabe ler horas e minutos em relógio não digital nem calcular intervalos de tempo, não consegue fazer o troco de pequenas quantias e não reconhece medidas de comprimento em centímetros.




Não é menos preocupante a explicação de um professor do Inep para esse verdadeiro desastre no ensino da matemática: "Os professores dessas primeiras séries são formados em pedagogia, curso que atrai pessoas de classes mais baixas, e não tiveram boa formação em matemática." Ele mesmo reconhece que se trata de um círculo vicioso que precisa ser rompido. É muito mais do que isso. O professor não disse, mas os números da Prova ABC não mentem: tem sido insuficiente a vontade e enorme a incapacidade do governo de suprir o ensino público fundamental de meios e de gente qualificada para quebrar, em vez de manter, a desigualdade social do país. A verdade que emergiu das provas é que a distância entre as escolas pública e particular permanece inaceitável – o percentual de alunos com nível de aprendizado esperado é o dobro na particular, situação que se agrava fora das regiões Sul e Sudeste. Tampouco é aceitável atribuir o lamentável desempenho dos alunos da rede pública essencialmente à condição econômica de suas famílias. É uma maneira de tentar fugir da responsabilidade pelo vexame, atirando-a pela janela da escola em direção à questão social do país, a qual lhe cabe ajudar a modificar. A todos – governo, educadores e pais – cabe culpa e mudança de atitude. Exceto aos alunos.


Adoecimento Professores (CLIP)

Saúde.Dos 183.296 profissionais do Estado, 8.859 foram readaptados e 9.017 aguardam perícia médica


Males da carreira adoecem 18 mil professores em Minas


Depressão e problemas na voz e na coluna são as principais doenças que acometem os educadores


Publicado no Jornal OTEMPO em 05/09/2011


CLÁUDIA GIÚZA


Especial para O Tempo


FOTO: CRISTIANO TRAD


http://www.otempo.com.br/otempo/fotos/20110905/foto_05092011013501.jpg






Indisciplina e baixo desempenho dos alunos causaram depressão em professora


CRISTIANO TRAD


Indisciplina e baixo desempenho dos alunos causaram depressão em professora



A agressão e as ameaças de morte feitas por um aluno de 15 anos à diretora de seu colégio trazem à tona a falta de segurança e a fragilidade do sistema de ensino brasileiro. O caso aconteceu recentemente em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mas retrata a realidade de grande parte dos profissionais da educação no país. A tensão no ambiente de trabalho é um dos motivos que adoecem os professores e, muitas vezes, os forçam a deixar a sala de aula. Em Minas, dos 183.296 professores estaduais, 8.859 foram transferidos para outras funções e 9.017 aguardam perícia médica - são 17.876 docentes afetados. A situação se repete na capital, onde 786 dos 10.499 servidores deixaram as salas de aula.


Maria*, 54, deu aulas de biologia por 23 anos em João Monlevade, na região Central, mas parou de lecionar por problemas de saúde. "Perdi a minha voz completamente e tive depressão. Não aceitava a minha incapacidade de fazer o que sempre amei", conta. Além dos problemas físicos, ela diz que a readaptação também trouxe danos psicológicos. "Me jogaram em uma biblioteca empoeirada e mofada. Antes, tinha um problema de voz e, agora, me sinto emocionalmente incapaz de desenvolver qualquer tipo de trabalho na escola", explica.


Depressão. A depressão não atingiu apenas Maria. A doença é uma das principais reclamações dos professores e é causada por diversos fatores, como a falta de estrutura e desentendimentos com pais e alunos. Foi assim com a professora de inglês Carolina*, de Diamantina, no Alto Jequitinhonha. Além do cansaço da rotina de aulas em duas cidades diferentes, a frustração da falta de estrutura para trabalhar lhe rendeu uma depressão e a síndrome do pânico. "A readaptação só piorou meus problemas de saúde. Somos excluídos até mesmo pelos colegas de profissão".


No caso de Marta*, 32, professora de história, a indisciplina e a política educacional foram os problemas. Há seis anos afastada, ela conta que tudo começou quando percebeu o baixo desenvolvimento dos alunos. "Comecei a ficar angustiada e recebi o diagnóstico. É triste perceber que seu aluno não sabe nem escrever direito devido à política que impede a reprovação. Isso acabou gerando muita indisciplina e a situação está incontrolável", conta.


Retaliação. Um professor da região metropolitana da capital, que pediu para não ter o nome divulgado, conta que além da tristeza de deixar a sala de aula, os profissionais sofrem também pressão de seus superiores e até cortes salariais. No seu caso, a perseguição veio por parte da diretora da escola. "Eles não me falam nada e me colocam para fazer todo tipo de serviço. Já cheguei a repor papel higiênico nos banheiros. É muita humilhação". Ele ainda perdeu 20% do salário no chamado "pó de giz" e 5% de biênio, incentivos pagos apenas a professores que estão em sala de aula.


A mestre pela Universidade Braz Cubas, em São Paulo, Maria de Lourdes de Moraes Pezzuole desenvolveu uma tese sobre o assunto e confirmou que a depressão é muito comum entre os readaptados. Junto com ela estão problemas na voz e na coluna. A especialista afirma que, em boa parte dos casos, o problema poderia ser minimizado, o que não acontece porque é comum não haver qualquer acompanhamento médico e psicológico do profissional.


Maria de Lourdes é professora de educação física e também foi afastada. Após dois anos de tratamento, ela voltou para a escola, mas em outra função. No início do ano, após uma decisão judicial, ela conseguiu retornar à sala de aula. "Só estou dando aula porque o Estado teria que me pagar R$ 500 por dia fora de sala", conta.

Cansaço físico e mental atinge 93% dos profissionais da rede particular

Os professores da rede particular de Minas também são afetados por problemas relacionados à profissão. Uma pesquisa do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), em parceria com o Ministério do Trabalho, mostrou que, em 2009, 92,84% dos educadores reclamavam de cansaço físico e mental.

Também conforme o estudo, 82,58% da categoria afirmou que a exigência do cumprimento de prazos é o principal motivo para tornar o ambiente institucional ameaçador. Já a principal causa de desgaste, segundo 40, 25% dos entrevistados, é a relação aluno/professor.

O sociólogo e pesquisador em educação Rudá Ricci não se assusta com o resultado e diz que a educação no Brasil está doente. Ele afirma que faltam políticas de incentivo à docência e que os governantes se omitem diante dos problemas.

Ele aponta ainda outro problema: a pressão dos pais. "Os pais estão cada vez mais ausentes na criação de seus filhos. Eles pressionam psicologicamente os professores impondo que os profissionais supram a atenção e os limites que eles não conseguem colocar em casa", afirma Rudá Ricci. (CG)

* Os nomes dos entrevistados foram alterados para preservar suas identidades

Minientrevista


"É preciso que se invista em prevenção"


Waldeia Moreira Médica do trabalho


A rotina de trabalho adoece os professores? Sim, adoece. Além da carga horária, esses profissionais recebem pressão por parte de os alunos, pais e de suas chefias. O estresse diário acaba se transformando em problemas sérios, físicos e emocionais.


Quais são as doenças mais diagnosticadas nesses profissionais? Muitos professores acabam desenvolvendo estresse pós-traumático, causado pelas dificuldades do dia a dia e a falta de estrutura nas salas de aula. Eles chegam ao ponto de não conseguir entrar nas escolas. São tomados pela ansiedade e a depressão.


Como evitar que os problemas de saúde se agravem ao ponto de o professor ter que abandonar a sala de aula? É preciso que se invista em prevenção e que os profissionais que apresentem os primeiros sintomas de estresse tenham acompanhamento médico. Mas, infelizmente, essa não é a realidade. (CG)


Fonte: Jornal OTempoColetivo Fortalecer o Sind-Rede/BH

sábado, 10 de setembro de 2011

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