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segunda-feira, 9 de maio de 2011

CONSCIÊNCIA, PROFESSOR / EDUCADOR / MEDIADOR!

FW: Carta de uma Professora para a revista VEJA. Não deixe de ler!

Sábado, 7 de Maio de 2011 11:09

De:
Para quem leu a reportagem "Aula Cronometrada" (CLIQUE AQUI) da revista veja e ficou indignado com a mesma, agradeçam as palavras dessa maravilhosa professora que soube externar muito bem nossas angustias e apelos.
Com a palavra, os professores!

CONSCIÊNCIA, PROFESSOR / EDUCADOR / MEDIADOR!

Abaixo, uma cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Por favor, repassem a todos que conhecem. É longa mas vale a pena ler.


RESPOSTA À REVISTA VEJA:


Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.



Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira



Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras.



Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.



Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”.



Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.



Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida.



Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores?



E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.



Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.



Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.



E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;



Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho.



Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais.



E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário



Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar.



Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.



Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.



E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples.



Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.



Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.



Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.



Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.



Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo



Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!



Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente.



Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.



Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Nelma Pimenta Cruz
Profa. Ms. em Letras
Mestrado em Leitura e Cognição

domingo, 24 de abril de 2011

"Contraponto a Gustavo Ioshope"

Enviado para você por Woods através do Google Reader:

via Diário de Sobrevivência dos Professores de Nós Professores em 24/04/11

Deixo as minhas observações no interior do texto de G. Ioshope, dentro dos parênteses. Em ratione materiae espero que a conceituada revista Veja reflita sobre tão esdrúxulas posições e nos dê a oportunidade da defesa.
Se alguém resolve atacar sindicatos, que o faça, eles se defenderão, sabem como fazê-lo.
Quando o ataque é direcionado a professores da forma como o autor o fez a impressão que fica é a de que destila ódio contra quem o "educou".
Com tantos educadores de peso por que delegar a pessoas assim os rumos da Educação? Quem delegou, afinal?!

............................................

Gustavo Ioschpe
Hora de peitar os sindicatos
(Creio que o autor cometeu um deslize no título. O articulista "peita" mais professores do que sindicatos. Portanto, o título deveria ser: "Hora de peitar os professores" pois aproveita para ferir-nos profundamente. Aos sindicatos dedica muito pouco do tempo. Aliás, a comparação entre representantes da Educação e Souza Cruz é ridícula. Saiba o autor que nós, professores da ativa e aposentados, não somos cigarros. Apesar de o autor ser um dos "fundadores" termina por matar o programa "Todos pela Educação")
"Antes que a patrulha trate de pôr palavras na minha boca, eu me adianto. Não sou contra a existência de sindicatos, mas acho que eles devem ser vistos como defensores de seus próprios interesses. Seu peso no discurso público deve ser temperado por essa realidade "
Quando se fala sobre a política da saúde em relação ao tabagismo, os representantes dos fabricantes de cigarro raramente são trazidos para o debate. Essa exclusão não se dá pelo seu desconhecimento da questão, já que eles claramente conhecem o produto mais do que a maioria de seus interlocutores, nem porque haja algum preconceito contra essas pessoas — entendemos que elas estão fazendo esse trabalho para sustentar suas famílias, e não por um desejo de matar milhões de pessoas por ano. Desconsideramos suas opiniões porque sabemos que elas não terão em mente o bem público, mas única e exclusivamente o ganho de sua empresa. São parte interessada na questão e, portanto, sabemos que seu julgamento será influenciado por vieses potencialmente conflitantes com o interesse comum.

Na área da educação, que é tão importante quanto a da saúde, não é assim. (E deveria ser igual? Trabalhadores são cigarros?!) Se você tem frequentado a imprensa brasileira nas últimas décadas, sua visão sobre educação será provavelmente idêntica à dos sindicatos de professores e trabalhadores em educação. (O jovem Gustavo Ioshope crê que não temos a faculdade de análise, crê que somos todos ovelhas que seguem trabalhadores da categoria que escolhemos para nos representar. Não é bem assim. Se fosse, quantos trabalhadores teríamos em cada assembleia?) Você deve achar que o país investe pouco em educação, que os professores são mal remunerados, (Professores são bem remunerados? Por que vender essa ilusão? O Piso Salarial é de R$ 1.187,97 mensais para até 40 horas por semana, mas talvez isso não seja importante para o escriba) que as salas de aula têm alunos demais (As salas têm alunos demais. Ioshope deveria ter feito uma pausa para pensar, ... Com quantos estudantes podemos trabalhar em uma sala de início, de meio e de final do Ensino Fundamental?! E na Educação Infantil, Ensino Médio, EJA?! De que estudantes ele fala?) que os pais dos alunos pobres não cooperam (Realmente, há exceção, há pais que cooperam. Porém é mais fácil pais e mães de classe média e alta cooperarem, mesmo porque quando não têm tempo colocam professores particulares. O autor parte do pressuposto de que computadores e internet pululam nas casas mais pobres do Brasil, que livros e dicionários são produtos obrigatórios e gratuitos. Pobre Ioshope e seu rico Brasil! Pobre de nós, que o temos como "representante" na Educação.) que deficiências nutritivas ou amorosas na tenra infância fazem com que grande parte do alunado seja "ineducável" (Seria necessário observar algumas teses antes de falar pelos nutricionistas, pelos psicólogos,.. Não compreendi essa tal "deficiência amorosa na tenra infância" ) e que parte do problema da nossa educação pode ser explicada pelo fato de que as elites não querem um povão instruído, pois aí começarão os questionamentos que destruirão as estruturas do poder exploratório dessas elites. (Contestável no campo filosófico)
Não importa que todas essas crenças, exceto a última, sejam demonstravelmente falsas quando se cotejam décadas de estudos empíricos sobre o assunto (a última não resiste à lógica). Todas elas vêm sendo defendidas, ad nauseam, pelas lideranças dos trabalhadores da educação ( As " lideranças dos trabalhadores em educação" são também Trabalhadores em Educação em primeira instância). E, como são muito pouco contestadas, acabaram preenchendo o entendimento sobre o assunto no consciente coletivo, e já estão de tal maneira plasmadas na mente da maioria das pessoas que todas as evidências apresentadas em contrário são imediata e automaticamente rechaçadas. (As "evidências" seriam a antonímia de cada ideia colocada pelo escritor. Faça o seguinte: Escreva os antônimos e observe se não haverá contestação.) É como se ainda negássemos a ligação entre o cigarro e o câncer de pulmão. (Há ligação, porém não se pode comparar algo cientificamente comprovado a uma colocação que pode ser desmoronada no minuto seguinte. O escriba se esqueceu novamente do solilóquio, das Ciências Humanas, do contraditório. Sei, sabemos, que o cigarro pode causar câncer, mas caso não existisse o cigarro não haveria câncer de pulmão?).

A sociedade brasileira parece não reconhecer que os sindicatos de professores pensam no bem-estar de seus membros, e não no da sociedade em geral. Incorporamos a ideia de que o que é bom para o professor é, necessariamente, bom para o aluno.(Mais generalizações. Quem??? "incorporamos?". Fosse assim tantos pais e mães não entrariam na justiça contra greves.) E isso não é verdade. Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha de trabalhar mais: passar mais dever de casa (A quantidade, muitas vezes prejudica a qualidade, muitos deveres de casa servem para ocupar o aluno em casa, e só. Exercícios de qualidade são interessantes. Os professores não podem trabalhar corrigindo "deveres" o tempo integral. Eles os corrigem no quadro e dão visto nos cadernos, e para isso há limite. A aula poderá se perder em função de correção de mais e mais "deveres") mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula (Depois da correção dos muitos "deveres" haverá tempo? Nota-se que Ioshope ainda não teve o prazer de dar aulas para o Ensino Fundamental.), aprofundar-se no assunto que leciona. (Ideia boa, antiga, mas não antiquada. Tem-se que tomar cuidado com a idade do estudante. Para tudo há limite.) E aquilo que é bom para o professor — aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego, maior liberdade para montar seu plano de aulas (No quesito montar planos, a liberdade só entra nas estratégias. A Lei do Piso determina 1/3 do horário para tal. Geralmente professores fazem isso na escola. Costumam consultar os livros da série ou ciclo, o currículo, entre outros, sem perder de vista o conteúdo. Na verdade é algo bom para o estudante. Revoltante seria utilizar a mesma apostila para Porto Alegre e Salvador sem considerar a realidade de cada local.) e para faltar ao trabalho quando for necessário (Quando é necessário quaisquer trabalhadores devem faltar, levar atestado de horário ou do dia. Foi evitando faltas que várias professoras ficaram banguelas e muitas outras doentes) — é irrelevante ou até maléfico para o aprendizado dos alunos.

É justamente por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade (representada por seus filhos/alunos) e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos politicamente, convocando greves, passeatas, manifestando-se publicamente com estridência etc., da mesma maneira que a indústria tabagista ou de bebidas faz mais lobby do que, digamos, os fabricantes de fralda.

Uma das razões que tornam os sindicatos tão poderosos é que eles funcionam. Estudo do fim da década de 90 mostrou que, entre os professores brasileiros, a sindicalização era o fator mais importante na determinação do seu salário: os filiados tinham salários 20% mais altos que os independentes. (Nem sempre, aposentei-me doente e meu salário está congelado há quase três anos. Agora, com doença de Parkinson, nem forças para entrar com processo tenho, e sou filiada.)

Outras pesquisas sobre o papel do sindicato dos professores trazem resultados curiosos. Estudo de um economista de Harvard tentando entender o porquê da queda da qualidade das pessoas que optaram pela carreira de professor nos EUA entre 1961 e 1997 encontrou dois fatores: um deles, que explica três quartos do problema, era a crescente sindicalização dos professores, causando compressão salarial (o outro fator era a emancipação feminina, já discutida aqui em artigo anterior). Quando um sindicato se "adona" de uma categoria, a tendência é que os salários de seus membros deixem de ser um reflexo de seu mérito individual e passem a ser resultado de seu pertencimento a alguma categoria que possa ser facilmente agregável e discernível — como ter "x" anos de experiência ou ter feito uma pós-graduação, por exemplo —, pois só assim é possível estabelecer negociações salariais coletivas, para milhares de membros. E só com negociações coletivas é que se torna possível a um sindicato controlá-las. Talvez seja por isso que os aumentos salariais tenham se provado ferramenta tão ineficaz na melhoria da qualidade da educação: as pessoas mais competentes parecem não fugir do magistério pelo fato de o salário ser alto ou baixo, mas sim por seu salário não ter nenhuma relação com seu desempenho. Nenhum quer trabalhar em lugar em que recebe o mesmo que os vagabundos e incompetentes (Baixaria incompreensível. Já ouvi falar o mesmo dos aposentados, são generalizações nocivas a quaisquer sistemas que se pretendam democráticos e que respeitem cidadãos). Talvez seja por isso que outro estudo mostrou, paradoxalmente, que a filiação a um sindicato afeta de forma significativamente negativa a satisfação dos professores com a sua profissão. É o preço a pagar pelo aumento salarial ("Aumento?". Posição incompreensível, ainda mais para um economista. Até parece que professores têm grandes reajustes. Caso tivessem, o Governo não estaria fazendo ampla campanha para que estudantes sejam professores).

O outro estudo que conheço sobre o tema é do alemão Ludger Wossmann, que comparou dados de 260 000 alunos em 39 países. Uma de suas conclusões é que naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior (todos os estudos mencionados aqui estão na íntegra em twitter.com/gioschpe).

Quando ouvir um membro desses sindicatos se pronunciando, portanto, é mais seguro imaginar que suas reivindicações prejudicam o aprendizado do que o contrário. (Justamente o educador deveria se calar e "ensinar" estudantes a não reivindicar direitos? É isso?) E, especialmente quando a questão for salarial, é preciso levar em conta que não apenas os professores são beneficiados por seu aumento, como os sindicatos também, já que são mantidos por cobranças determinadas através de um porcentual do salário.

Antes que a patrulha trate de pôr palavras na minha boca, eu me adianto: não sou contra a existência de sindicatos de professores, nem contra o lobby da indústria do cigarro, da bebida ou das armas. O direito de livre associação e expressão é um pilar inviolável de um estado democrático, e está acima até mesmo do aprendizado de nossos alunos. Só acho que os sindicatos e seus representantes devem ser vistos pelo que são: defensores de seus próprios interesses. Seu peso no discurso público deve ser temperado por essa realidade.

Esse insight causa dois impactos importantes. O primeiro é que nós, os defensores da melhoria educacional do país, estamos sós (E os professores, na opinião do escritor, são defensores de quê? Quanta arrogância!) . O sindicato dos professores não é nosso parceiro e a união dos alunos deixou há muito de defender os interesses educacionais do alunado, trocando-o pela generosa teta do Erário e pelo triste mercantilismo da emissão de carteiras vale-desconto. Não podemos esperar por movimentos organizados para abraçar essa causa: precisamos criar nós mesmos essa união, que será inclusive boicotada pelo status quo (Nós, quem? A quem o autor se dirige? A causa: "Melhoria Educacional" não pertence a um grupo seleto. Quem ousaria boicotá-la?!)

O segundo é que, toda vez que uma organização com esses nobres fins se forma, o cacoete de buscar uma parceria com os representantes dos professores é o beijo da morte. Se quisermos defender exclusivamente o interesse do alunado, a relação com os sindicatos de trabalhadores da educação será provavelmente adversarial, talvez neutra, jamais colaborativa. Ou você já viu oncologista fazer parceria com a Souza Cruz ou o "Sou da Paz" de mãos dadas com a Taurus? (Se, ao concluir um artigo, o autor afirma categoricamente que jamais haverá colaboração, o que poderemos esperar de outros escritos? A palavra "jamais" caberia aqui? Sinceramente, não vejo qualquer razão para essa analogia: Câncer/ Trabalhadores em Educação/ Cigarro/Empresas. O autor atropelou profissionais, não apenas da Educação, na tentativa de criticar sindicatos. Foi infeliz no texto e no contexto.)

Gustavo Ioschpe é economista

Coisas que você pode fazer a partir daqui:

Belo contraponto a Gustavo Ioschpe!

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Coisas que você pode fazer a partir daqui:

(título desconhecido)

Enviado para você por Woods através do Google Reader:

via Diário de Sobrevivência dos Professores de Nós Professores em 24/04/11

Onde se lê "Ioshope", leia-se "Ioshpe".
Att.,
Modesta Trindade Theodoro


Coisas que você pode fazer a partir daqui: