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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Greve dos professores em Portugal

Caros amigos, proponho para leitura e análise este texto sobre a greve dos professores de Portugal, pois esta tem a ver com a avaliação de desempenho do professor e a política de mérito. Na sequência do mesmo alguns blogs que tratam da greve.

Um abraço e obrigado,
Geraldinho.

Greve Nacional dos Professores de Portugal
Depois da grande manifestação de 8 de Novembro - mais de 100 mil professores - e da inédita nas últimas décadas e organizada pelos movimentos e activistas independentes com 12 mil no dia 15, os professores demonstraram mais uma vez que têm força para lutar e vencer as políticas do governo Sócrates/Lurdes Rodrigues. Ao seu lado, colocaram-se não só os alunos, com a sua mobilização contra o Estatuto do Aluno, mas também grande parte da sociedade. Lurdes Rodrigues e o seu método de avaliação enfrentam hoje a oposição da maioria dos portugueses - e esta é já uma importante vitória dos professores.

Consciente do desgaste e com medo do seu impacto nas eleições de 2009, o governo começa a recuar para tentar abrandar a luta da classe: anunciou medidas no sentido de aligeirar o modelo de avaliação do desempenho, embora não mudando a sua essência economicista e o afunilamento da carreira para a maioria do setor, imediatamente denunciadas por sindicatos e movimentos independentes de professores; e convocou os sindicatos para sucessivas reuniões com a ministra, uma delas (a de dia 29 de Novembro) ainda por realizar.

Já escaldadas com o repúdio da classe ao tristemente famoso Memorando de Entendimento (o acordo firmado após a manifestação de 8 de Março entre a Plataforma Sindical de Professores/Fenprof e o Ministério da Educação e que paralisou aquela onda de mobilização e propiciou a tentativa por parte do governo de impor a avaliação do desempenho neste ano lectivo), a Plataforma/Fenprof têm garantido que não haverá uma reedição do Memorando: "Não está a ser forjado nenhum memorando de entendimento. Não há espaço para soluções intermediária, a única saída é a suspensão do actual modelo", garantiu o líder da Fenprof, Mário Nogueira, aos jornalistas.

Gato escaldado...
É positivo que o dirigente da Fenprof reafirme este compromisso com a classe, mas é imprescindível que, tendo em vista o passado recente, os professores mantenham-se atentos para evitar que novas negociações sejam feitas às suas costas.

No entanto uma dúvida começa a surgir: por que os dirigentes sindicais apresentam primeiro a sua proposta à ministra? Não deveria essa proposta de avaliação ser primeiro apresentada, discutida e sufragada democraticamente pelos professores de base antes de apresentá-la ao ministério? Além da importância democrática, não reforçaria ainda mais essa proposta ao Ministério da Educação se tivesse o apoio inequívoco dos professores que realmente estão nas escolas a sofrer com este modelo insustentável?

Acreditamos na força da base dos professores (sindicalizados ou não), que querem deixar de ser meros objectos na realidade e passar cada vez mais a ser sujeitos da realidade, com capacidade não só para levantar o braço, mas também de apresentar propostas alternativas. Foi este também o sentido da manifestação de 15 de Novembro, convocada exclusivamente por movimentos independentes de professores, como a APEDE e o MUP.

Além disso, a suspensão desta avaliação de desempenho é uma das reivindicações dos professores. Há outras igualmente importantes, como a revogação do Estatuto da Carreira Docente, a matriz da política demagógica do governo Sócrates que retira qualidade à escola pública e transforma professores em artífices de um sucesso escolar enganoso. É do ECD que decorre a divisão da carreira em duas categorias e o actual modelo de avaliação de professores.

Mobilização e organização continuam
O calendário de mobilização apresentando pela Plataforma/Fenprof permite a continuidade da luta, com as manifestações regionais de 25 a 28 de Novembro e a Greve Nacional dos Educadores e Professores a 3 de Dezembro. Mas existe um item essencial, relacionado com a organização dos professores pela base, que não consta do calendário dos sindicatos: o Encontro Nacional de Escolas em Luta, convocado pela APEDE (Associação de professores e Educadores em Defesa do Ensino), MUP (Movimento Mobilização e Unidade dos Professores) e outros movimentos e associações de professores.

De fato, na longa lista de ações (que correm o risco de serem um fator de dispersão e cansaço) não existe em momento algum a possibilidade de a base em luta decidir e avaliar as formas de luta correntes ou decidir outras, nomeadamente através de Plenários democráticos locais ou regionais. Por isso, o Encontro Nacional de Escolas em Luta é uma iniciativa muito positiva, pois coloca a possibilidade de os activistas de cada escola se pronunciarem sobre a condução da luta no país. Outro dos seus objectivos, segundo os seus promotores, seria canalizar as energias adquiridas na luta contra o modelo de avaliação para derrubar o Estatuto da Carreira Docente.


Para mais informações, visite os sites dos movimentos:
" http://apede.blogspot.com
" http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com

2 comentários:

Professor Público disse...

Está aí a prova de que ter um sindicato dos professores seria o ideal e não dos Trabalhadores da Educação. Nós professores somos uma classe dividida no seu ofício e difusa nas suas atribuições no Brasil. Não temos uma entidade que congregue ou permita haver uma conversa e convergência de forças nos diferentes níveis: Federal, Estadual, Municipal e Particular. Somos fracos porque nossos dirigentes sindicais estão mais preocupados em somar forças com outras categorias laborais que não têm os mesmos interesses e atribuições que nós professores. Para alguns de nós e para nossos sindicatos há uma certa vergonha de se admitir quem somos por achar que isso é pequeno burguês. Ser professor para eles é admitir que somos uma "Elite", que infelizmente o único diferencial que essa categoria tem do trabalhador comum, é possuir uma formação intelectual diferenciada, mas "inútil". Em verdade, não somos professores, segundo eles, mas "educadores", que, por essa nova alcunha, possuem a única função de substituir as babás das creches que a classe trabalhadora não alcança ter. Por termos admitido e aceitarmos essa nova função e condição de babás, então os governos vão em frente, nos impingindo outras funções como as de: carcereiros de regime aberto, para esvaziar as penitenciárias; psicólogos, cuidadores, especialistas e psiquiatras de pessoas com necessidades especiais e dificuldades e vão seguindo por aí. Esses intelectuais oportunistas, nossos colegas, além de outros que nem professores são ou foram, endeusados por suas pseudo-genialidade pedagógica, por espalhar por aí que professores não ensinam 'titica' para os alunos, que são eles que aprendem, apesar dos professores, com a mídia, os celulares, a indisciplina, a moda, a desonestidade, a corrupção, a condição social da vida, etc. Tudo se aprende por osmose, imersão, por ter um "dom" de Deus, por uma genialidade inata. Para que aprender o que nunca irá se usar na vida?! Fazem uso de teses as mais retrógradas para justificar sua percepção visionária como a do simples utilitarismo da educação ou do "Dom" como única condição para se aprender ou da condição profética do professor, ou da impermeabilidade inter-cultural, etc.!!! Realmente, a tese da incompetência se aplica a eles. Parabéns por, pelo menos, reconhecerem a sua, mas generalizar a tese a toda a categoria , é no mínimo anti-científico e ter tantos idiotas fazendo coro, dizendo que somos corporativistas, desmotivados, francamente, temos que, enquanto categoria, ou não-categoria, de vestir a carapuça da nossa total incompetência em nos mobilizar e encontrar um denominador comum como o fizeram os professores portugueses. Só não conte com a minha voz para fazer coro a essa banalização da educação.

Anônimo disse...

Geraldinho, visitei um dos blogs que você colocou. Há um texto sobre avaliação e avaliadores muito bom. Afinal, quem seria este ou esta avaliadora, com tantas qualidades, com tamanha sapiência de quem fala Ruivo? Seria alguém a ser escolhido pelos professores, ou seria alguém já avaliado mais intensamente do que o/a professor/a a ser avaliado?
Tirando a questão da assiduidade, pontualidade e conteúdo, creio ser quase impossível avaliar um/a professor/a nos demais aspectos.

P.S. O blog é ótimo!

Modesta Trindade Theodoro