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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O desafio é como EXCLUIR-NOS e não mais INCLUIR !!

Em uma canoa que está Furada, o desafio está em como resgatar os futuros náufragos, em EXCLUIR os que ali estão e não INCLUIR outros e ficar vendo o barco afundar de vez!! É preciso descobrir, antes de qualquer INCLUSÃO, em como consertar a canoa e verificar se ela comporta mais gente e não comportando, arrumar outra canoa ou reprojetar a mesma. 

Considero a idéia da INCLUSÃO, por isso, improcedente na atualidade, pois o problema que se impõe urgentemente é o de como vamos nos excluir desse modelo social e econômico e não mais, como incluir outros nele e reafirmá-lo. 

Em razão da ilustração acima, que revela um raciocínio básico, uma lógica primária que tem sido sistematicamente ignorada pelo partidários da INCLUSÃO a todo custo que penso que a escola precisa, urgentemente, formar pessoas capazes de fazer uso de sua cidadania em prol da coletividade, do bem comum, caso contrário, se não tiverem essa competência, estaremos incluindo os segmentos da sociedade despossuídos, igual o fazem o coronéis nos paus-de-arara que levam os trabalhadores para a colheita em suas imensas terras. Para isso, é preciso que os indivíduos formados no seio da escola estejam cientes de que é urgente a necessidade de construir uma sociedade que tenha coragem de abandonar os grandes centros,que deixe de consumir indiscriminadamente, que dedique-se a fazer e construir seus utensílios e objetos duráveis e a preservá-los e não mais só comprá-los nos hipermercados para logo descartá-los em lixões. Devemos nos empenhar em formar cidadãos que procurem gastar menos energia, água potável e a desenvolver formas caseiras de contribuir com essa economia no seu cotidiano. 

A escola, então, deve formar cidadãos que busquem desenvolver e reafirmar valores que levem as pessoas a ter maior autonomia financeira, intelectual e laboral, a agir de forma a resolver os problemas pela iniciativa individual ou pela via da organização e participação coletiva, em busca de soluções criativas de forma negociada, pacífica e arrazoada. Essa participação pressupõe indivíduos bem formados que possam efetivamente contribuir de forma competente e não mais pela força, de forma caótica, utópica, a qualquer custo. Esses cidadãos seriam legitimados pela sociedade por colaborar com o aperfeiçoamento do sistema político, social e econômico. Esse aperfeiçoamento deve permitir cada vez mais a participação efetiva de todos, ao externar seu pensamento sem cercear os contraditórios, nem serem cerceados por eles em decisões não só democráticas, socialmente justas, mas inteligentes, priorizando preservar esse mundo para as futuras gerações. Essas gerações, sim, absolutamente excluídas das decisões das instâncias de poder. O que estão por vir não podem organizar protestos nem boicotar nossas aulas contra a merda que estamos fazendo com o seu futuro mundo. A nós professores, cabe a missão de fazer com que elas também sejam ouvidas.

Enfim, é preciso excluir a escola desse processo massificador e alienante de valores hedonistas, individualistas ou, por outro lado, centrados em dogmas ou crenças estúpidas e crendices oportunistas de indivíduos que só se apoderam do Estado e da economia para fazer o que bem entendem, prejudicando a natureza, esse patrimônio que deve nos servir, mas também, às futuras gerações. É preciso conscientizar as pessoas que não podemos nos dar ao luxo de ignorar os problemas que estão levando a humanidade a caminhar a passos largos para a sua inexorável extinção, porque embarcamos em sistemas sociais e econômicos que só funcionam se aceitamos a inadmissível idéia que temos obrigação de crescer incessantemente, social e economicamente. Esse crescimento incessante e desordenado é que cria a ilusão de que se pode incluir a todos nessa avalanche consumista e que se pode usufruir indefinidamente de bens sociais e naturais escassos. Eles são escassos porque seu consumo desenfreado afeta de tal maneira o equilíbrio do nosso meio ambiente e da sociedade que um dia ele irá romper-se e não haverá mais bens nem sociedade para dividir alguma coisa.

Para construir um projeto que permita a todos se sentirem parte integrante dessa economia e sociedade irresponsáveis, a escola tem, cada vez mais, reproduzido e valorizado modelos de comportamento que nos desviam da urgente missão de capacitar os a alunos a buscarem formas de construir novos modos de viver que permitam preservar a vida do ser humano, agora e no futuro, retirando-o de grandes e dispendiosas cidades, reintegrando-o à ecologia do planeta e aperfeiçoando formas que permitam cada vez mais a solução de conflitos pela via negociada, honesta, arrazoada, consciente e pacífica, do contrário só iremos exacerbar ainda mais os conflitos sociais e agravar os problemas ecológicos existentes. 

Se continuarmos a pensar que devemos integrar e incluir, a todo custo, aqueles que se encontram a margem desse sistema econômico suicida que aí está, e se achamos que podemos nos calar diante dessa estupidez e deixar a canoa virar, procurando nos isolar radicalmente desse mundo, acreditando que, se a canoa afundar teremos um coletes salva-vidas que nos salvará, aí que tudo irá se perder, porque essa canoa já é nosso minúsculo planeta abarrotado de gente e o mar é todo esse intransponível universo. Não podemos nos virar mais sozinhos, deixarmos de evoluir, resolver egocentricamente apenas nossos problemas ou da nossa comunidade. Temos que ter um olhar que abranja a todos no mundo: estejam incluídos ou excluídos desse perverso sistema econômico/social que, se não é de todo homogêneo, trabalha na mesma lógica inflacionante. Porém, não podemos querer resolver o problemas dos excluídos, incluindo-os no problema de uma sociedade que não só os exclui, mas também nos excluirá a todos e nossos filhos, em breve. 

Devemos nos capacitar a todos, os excluídos e os incluídos a resolver problemas e a saber participar solidariamente da solução desses problemas, que já são “cabeludos”, ou em breve a humanidade destruirá tudo que ela herdou e nada haverá pelo que lutar ou deixar para nossos filhos, as futuras gerações, a não ser, como herança, uma triste lição e uma sofrida lembrança, se ainda existirem, de que fracassamos porque os abandonamos e morremos afogados de maneira ridícula, tentando fazer a “boa-ação” de INCLUIR a todos nessa "canoa furada". 

Woodson FC

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