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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Escola NÃO é lugar de INCLUSÃO, escola é lugar de CONHECIMENTO

Como sempre, Dalvo, esse texto VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS aponta o alvo, mas erra-o pela mesma razão que ele denuncia: a OMISSÃO. Mesmo que não seja a intenção do JORGE WERTHEIN e da MIRIAM ABRAMOVAY. Esse pessoal toma os PRINCÍPIOS norteadores de Paulo Freire como MÉTODO. Esses teóricos acham que Paulo Freire pretendia romper radicalmente com a forma de se dar aulas e acreditam que a prática, a metodologia, o fazer que o professor leva anos para refinar é que geram os conflitos na escola e reproduzem o processo de exclusão do sistema e da sociedade, agravando os históricos problemas sociais que temos. Ledo engano. O que agravou a violência nas escolas foi pensar exatamente o que escreveram abaixo: 

"Expulsando os esporádicos responsáveis pela violência, não estaremos expulsando as causas que a originam dentro das escolas." 

Pensar radicalmente, assim, ao invés de levar a sociedade a buscar uma solução para o problema, tem efeito contrário, o problema achou um lugar fértil para tomar dimensões ainda maiores, permitindo a sociedade elevar o nível de tolerância para com a violência. Explico o porquê: 


Quando os atores (professores como nós) dessa reforma da escola assumiram que nós deveríamos abandonar totalmente a prática da EXPULSÃO e da SUSPENSÃO é que o problema se agravou porque a sociedade e os políticos aproveitaram a oportunidade e varreram esse problema para debaixo do tapete: a escola. Que tranqüilidade!!! Esses ingênuos atores, bem como a sociedade, as mídias, os políticos, os catedráticos, os pais, a comunidade em torno da escola e alguns ingênuos professores acreditaram ou quiseram acreditar que pode-se educar "sem punir, só prazerosamente". Acontece que esses partidários dessa INCLUSÃO a todo custo omitiram dois aspectos fundamentais ao formular sua utopia escolar: 


Primeiro: o prazer não só cria, mas também destrói, mata, emburrece, aliena, idiotiza, droga, vicia o ser humano. Basta não negar nada a seu filho e verá o monstrinho com quem, em pouco tempo, terá de lidar. A civilização alcançou o estágio em que se encontra graças a muito sacrifício e dor, também, não só prazer. Educar necessita um equilíbrio de punição e prazer, entre EROS e TANATUS. A eliminação da 

 punição não acabou com esse terrível aspecto excludente da nossa sociedade; apenas o mascarou, escondeu, omitiu, fingiu que não existe. Isso nos levou ao segundo equívoco: 


Pensaram os INCLUSIVOS que trazer a violência e os problemas das classes pobres para dentro da escola iria sensibilizar a sociedade e obrigá-la a resolvê-lo. Outro ledo engano! A escola, enquanto um Aparelho de Estado, não coloca seus principais atores ali e nem é ali que se encontra o calcanhar de Aquiles da sociedade. A escola não faz nem cosquinha nas autoridades. O problema está nas ruas. Se o trânsito e o comércio pára, é como se os pulmões, o coração deixassem de funcionar. Isso sim, sensibiliza a sociedade, o que está nas ruas e interfere no ir e vir das pessoas. Porém, tiramos esse problema das ruas, das penitenciárias, dos manicômios e o transferimos para a escola pública. Então me perguntam os inclusivos: "os pais não têm filhos nas escolas?" "Eles não ficariam sobressaltados com a convivência deles com esses violentos colegas?!" 


Na verdade, não. Não na escola pública porque a elite e a nomenclatura partidária da INCLUSÃO tem seus filhos nas escolas particulares e não na pública. Isso poderia ter sido um problema no passado, quando as escolas públicas eram disputadas pelos filhos da elite, mas hoje eles estão devidamente protegidos dessa triste realidade. Basta ver quantos pais vão à escola em reunião com eles (nem 10%). Então porque o problema retornou à mídia e veio a tona. Simplesmente porque ele voltou às ruas. Essa geração que se perdeu nesse modelo Plural inclusivo de escola, que ficou lá sem achar uma solução, sem aprender algo de bom, sem se virar, está se formando entupindo as artérias e obstruíndo as vias aéreas da sociedade. A violência deixou os muros da escola, agora formada, com diploma, fermentada no seu seio, lugar ideal de disseminação epidêmica de boas e más idéias, de bons e maus costumes, entre muros, contida e perigosamente explosiva. Eles encontraram terreno fértil para se multiplicar, pois a escola como aí está, não é como uma Universidade, não é um lugar que pode (se é que pode), à luz da razão, neutralizar a barbárie, pois os indivíduos que ali estão, ainda estão formando seu caráter, e a tolerância que se desenvolveu com a violência no cotidiano da escola será reproduzida no viver cotidiano dos futuros cidadãos adultos. Insistir em manter um menor infrator e mesmo tolerar suas infrações constantes e insistentes, que alguns alunos impingem à escola, torna-a sua refém, minando as aulas, submetendo-as a recorrentes e constantes atos de vandalismo, por desacato deliberado aos professores, quando não partem para agressão física, pois agora o fazem com a complacência e até aprovação de outras instâncias da educação já que esses infratores não vêem mais qualquer limite para seus atos, uma vez que já não podemos EXPULSÁ-LOS e nem SUSPENDÊ-LOS como qualquer outra instância da sociedade pode fazer e faz. Esses alunos são o modelo a ser seguido e o são, em maior ou menor grau, pelos colegas, o suficiente para não ser mais possível ensinar ou aprender suficientemente qualquer coisa nas aulas. A ESCOLA VIVE, ASSIM, UMA CRISE IRREMEDIÁVEL DE AUTORIDADE E DE LIMITES!!! Não podendo mais lidar com isso, já que a sociedade não dá "a mínima", a escola fica desmoralizada e, por efeito dominó, o será todo o sistema social. Desse modo, o problema da violência vem se tornando, cada vez mais, eminentemente explosivo, porque, ainda que a escola não seja o pulmão ou o coração da sociedade, nem mesmo o seu cérebro, esse sistema digestivo que ela representa, pode comprometer, com o tempo, todos os “órgãos” e levá-lo irremediavelmente a adoecer, matando-os de inanição, pois o alimento de uma sociedade é o CONHECIMENTO que ela produz e sem ele, sem indivíduos preparados para lidar com o conhecimento (virtual, prático, enciclopédico, religioso, social, tecnológico, humanista, etc.), seja ele amargo ou doce, a sociedade definha, pois não há como digerir qualquer problema ou assimilar desafios. 

Qualquer sistema ou modelo - capitalista, socialista etc. que não tenha indivíduos em número suficiente e satisfatoriamente bem formados para lidar com a enxurrada de informação disponível e os complexos problemas da sociedade contemporânea, acaba se autodestruindo, pois indivíduos mal formados, sem compromisso ético e moral com a sociedade, deturpam e distorcem as coisas ao seu bel PRAZER para só tirar vantagem em seu benefício!!! Sem produção de conhecimento, uma nação condena-se a ter de ser um eterno paciente da complacência colonial estrangeira, pois nada pode funcionar direito se não há gente capacitada para a função. 

Varrer simplesmente os problemas do cotidiano social para dentro da escola é condenar a uma eterna indigestão ou diarréia o corpo social por uma DISFUNÇÃO INCLUSIVA. É prejudicar e mesmo impedir que nossos alunos estejam aptos a digerir o conhecimento, pois nem os pais, nem os políticos, nem os empresários, nem os cidadãos que por ventura se formarem nas escolas (particular ou pública) terão consciência real da VIOLÊNCIA que vivemos, pois eles passaram por ela sem se indignar com isso, e o mundo será um reflexo, um espelho daquilo que os alunos se acostumaram a viver e ignorar quando no seu tempo de escola. 

Além do mais, se seu filho está aprontando dentro dos muros da escola e não sai dele para te aporrinhar um DIA SEQUER, que pai irá se preocupar?! Só, evidentemente, aqueles poucos (muito poucos na escola pública) que já se preocupam, que tiveram uma boa escola pública, excludente, mas boa, e se preocupam com ela. E se as famílias não se importam, quem irá se incomodar?!!! 

Escola NÃO é lugar de INCLUSÃO, escola é lugar de CONHECIMENTO. Para incluir na escola é preciso que se inclua PRIMEIRO na sociedade. É preciso que tenhamos especialistas, família, empresários, políticos, todos lidando com os problemas que a escola e a sociedade enfrenta, problemas com que nós professores burramente despojados de AUTORIDADE e assoberbados de tantas funções INCLUSIVAS, estamos lidando sozinhos, todos os dias, sob o olhar distante, vigilante, mesquinho, cínico, avarento do governo, desses pais hipócritas, de colegas ridiculamente ingênuos, de catedráticos/especialistas de “meia tigela”, oportunistas, da estupidez midiática, todos esses que cuidam em nos manter ali, (des)alunos e (des)professores, pois estamos ENCARCERADOS e EXCLUÍDOS, mas escondidos lá dentro da escola. 

Prof. Woodson FC

2 comentários:

Anônimo disse...

Desculpe-me, mas escola também é lugar de inclusão.

Professor Público disse...

Incluir na Escola não garante inclusão alguma, só mascara o problema. Devemos educar e ensinar o aluno para que ele possa se inserir ou poder ser inserido pela sociedade e desfrutar das beneces do sistema, por conhecê-lo e participar dele. Tentar incluir através da escola é desvestir um santo para vestir outro! A escola só inclui a partir do momento que nivela todos, elite ou não, dando igualdade de condições competitivas e criando um espírito de colaborativo de aprender a se movimentar e pressionar o sistema por meios jurídicos, democráticos do exercício da cidadania. Tentar incluir pela escola como o lugar em que programas de assistência ou assistencialistas irão acontecer é prejudicar a função primordial da escola que é de ensinar. Sem isso ninguém pode ser incluído em coisa alguma!