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sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Escola na Vila Fazendinha

Escola na Vila Fazendinha

Surpreendeu-me o Decreto 12.506, de 27 de outubro de 2006, publicado no DOM (Diário Oficial do Município): "Cria escolas no Município de Belo Horizonte". Uma delas é a Escola Municipal de Ensino Fundamental na Vila Fazendinha. Fui professora de muitos meninos e meninas da Vila desde os primórdios, quando as primeiras casas foram erguidas no morro. Eles desciam 5 km para poder estudar. Em 1996 conseguimos incluir a escola no Orçamento Participativo. Na época, com o apoio do vereador Gêra Ornelas, a diretora conseguiu que a PBH disponibilizasse ônibus para os estudantes. Em parte o problema foi solucionado. Algum tempo depois a comunidade convocou a gerente da Regional Leste, Dalva Stella, para uma reunião. Ela compareceu prontamente, e nos prometeu que assim que conseguisse um terreno a escola seria construída. Fizemos um abaixo-assinado com mais de duas mil assinaturas. Eu me incumbi de enviá-lo à PBH, e o fiz. Escrevi a todos os jornais durante esse tempo. Passei e-mails para deputados estaduais, prefeito e vereadores. Houve uma reportagem de página inteira em um jornal da capital, que foi distribuída na Vila. Em 2005 parte da comunidade se reuniu na Câmara. Da reunião não participei por motivo de doença. Foi quando me aposentei. Agora, com o Decreto, espero que haja um projeto todo especial para a escola.
Desconheço tanta luta para que uma escola exista no papel. Na realidade, ela já existe fora dos papéis. Que seja sempre um ambiente tranqüilo, saudável, com uma imensa e recheada biblioteca. As crianças da Fazendinha são muito inteligentes, têm mil e uma histórias para contar, e gostam de ouvir. Os adultos e jovens que conheço são lutadores, trabalhadores incansáveis.
Há pessoas que dizem que é "besteira" apelar a jornais para auxiliar na resolução de certos assuntos. Escutei isso inúmeras vezes. Por não acreditar, recorri a eles. Agora posso dizer: muito obrigada pela publicação de todas as cartas e artigos! Mas foi sobretudo a comunidade, em sua luta constante, quem conseguiu o que queria. Merece mais, afinal na Vila vivem mais de cinco mil pessoas. Espero que as suas reivindicações sejam ouvidas. Há outras questões pendentes que precisam ser resolvidas.
Há momentos na vida em que precisamos definir se lutamos ou esmorecemos. Sei que as pessoas que lá residem continuarão lutando. Esmorecer? Jamais. À comunidade da Vila Fazendinha, meus parabéns!

Modesta Trindade Theodoro

3 comentários:

Anônimo disse...

Li este texto no jornal de hoje. "Emorecer? Jamais".
04/11

Anônimo disse...

Foi publicado um resumo no Estado de Minas e o texto na íntegra, no jornal O Tempo.

Anônimo disse...

Parabéns a Professora Modesta e a cada um que contribuiu e contribui para uma vida mais digna para povo dos morros de BH: Dona Dalila, fazendinha e Vila Fátima; Dona Irene, Vila Conceição; Sr. Timóteo e Dona Graça, Cafezal; Antònio João, Vila Marçola; e tantos outros e outras líderes das comunidades, que não se abatem com a politicagem e com a lerdeza da PBH e continuam lutando pela vida nas vilas e favelas de BH.

Não vamos esmorecer!!!

Prof. Geraldinho.