Segundo prefeito de BH, Marcio Lacerda, alteração não implica no fim do sistema atual
Carolina Coutinho
Os alunos matriculados na Escola Plural em Belo Horizonte vão enfrentar mudanças no início do ano letivo. Os boletins deixam de ter apenas conceitos para ter notas e a chamada retenção por matéria, ou seja, a recuperação para os alunos que não dominaram o conteúdo ao longo do período, será aplicada anualmente e não mais ao final de cada ciclo de três anos. Vale lembrar que, mesmo com a retenção, o aluno continua apto a passar de ciclo. A informação foi divulgada ontem pela secretária municipal interina de Educação, Macaé Evaristo, durante a cerimônia de posse dos 411 diretores e vice-diretores das escolas e unidades de educação infantil da capital, no Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, no centro. O aumento do rigor no sistema é uma exigência do prefeito Marcio Lacerda. Segundo ele, a mudança na estrutura não significa o fim da Escola Plural. "Preferimos trabalhar com a educação no modelo de progressão continuada, que tem retenções e uma boa avaliação dos alunos", afirmou. Para o prefeito, um elemento fundamental da nova avaliação dos estudantes será a volta das notas nos boletins.
A secretária informou que haverá um empenho ainda maior na avaliação e acompanhamento dos alunos para que não repitam o ano ou o ciclo. "Além dos dois sistemas de avaliação já existentes - o Proalfa, que é do Estado, e o Avalia BH - teremos mais um, que vai ajudar no diagnóstico de problemas de aprendizagem e no reforço. Mas as retenções continuarão acontecendo", afirmou. A diretora eleita da Escola Municipal Dom de Barros Câmara, Fernanda Randazzo, é a favor da retenção anual. "Com a retenção imediata, de ano em ano, a criança tem a oportunidade de recuperar melhor o conteúdo que foi ensinado. De três em três anos é muito tempo e o volume do aprendizado é maior, ficando mais difícil de ser recuperado", explicou. Para o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), Robson Torrezani, o retorno das notas nos boletins em vez dos conceitos vai ajudar os pais a acompanharem melhor a vida escolar dos filhos. "No boletim de conceitos, os pais não conseguem acompanhar o desempenho escolar e tem estudante que até debocha desse tipo de avaliação. Para o professor vai ser melhor trabalhar dessa forma porque os alunos vão ter que se empenhar nos estudos", disse.
Duração. Outra novidade no sistema de educação é que agora o mandato dos diretores e vice-diretores durará três anos, um a mais que nas demais gestões, com a possibilidade de reeleição. (Com Hellem Malta)
Para mãe, notas são bem-vindas
Dois filhos da professora Cleude Vieira Rocha, 38, estudam em uma escola municipal do bairro Rio Branco, em Venda Nova. Este ano, Larissa, 14, vair repetir a 8ª Série, e Pedro Henrique, 9, inicia a 4ª série do ensino fundamental. Para ela, o atual modelo da Escola Plural é falho e a mudança no sistema de avaliação vai ajudar a melhorar a forma de ensino. "Acho que essa mudança veio tarde, mas vai ser ótimo ter notas no boletim. Será mais fácil acompanhar o desempenho dos meus filhos na escola e cobrar deles. Com as notas dá para saber em qual matéria eles precisam se dedicar mais", disse. Cleude acredita que os alunos da Escola Plural estavam acomodados com a forma de ensino e a retenção anual é uma maneira de exigir mais do aluno. "Para eles será um baque, mas agora não tem mais jeito de deixar os estudos para o último ano do ciclo". (HM)
184 escolas municipais funcionam em Belo Horizonte
41 unidades de educação infantil existem na capital mineira
Entenda a Escola Plural
O que é
Modelo educacional onde não existe a reprovação
Proposta
Até 2008. Ao final de um ciclo de três anos, o aluno poderia ficar retido, como uma forma de recuperação. A retenção por matéria durava um ano. Não havia repetição da série. Só um reforço escolar. A partir de 2009. Ao final de cada ano, o aluno poderá ficar retido. Continua o mesmo modelo de recuperação.
Implantação
A proposta foi implementada de forma gradativa a partir de 1995. O processo envolveu, entre 1995 e 1997, cerca de 146,6 mil alunos. Desde os anos 70, o país debatia o modelo.
Jornal O TEMPO
Publicado em: 17/01/2009
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domingo, 18 de janeiro de 2009
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3 comentários:
Incrível! Fantástico!
Na PBH as escolas finalmente vão ter...........................
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Tcharan: Notas, Boletim e recuperação anual!!!
Que grande inovação da Secretária Macaé!
Já não tinha? Ela ainda falou que em primeiro lugar virá o trabalho racial, pois há muito preconceito.
Há, realmente, muito preconceito, principalmente da SMED que acha que devemos mudar totalmente a forma de dar aulas para que negros, pobres e índios possam aprender. O mesmo preconceito que justificou a existência da escravatura, só que revestido de um discurso de INCLUSÃO. O resultado é esse desastre educacional. Qualquer ser humano tem condições de aprender, desde que se dê as mesmas oportunidades que as escolas dos ricos dão e REALMENTE tratem as diferenças de cada aluno de forma especial (com diagnóstico e enfrentamento com especialistas), sem exacerbá-las e deixá-las abandonadas nas escolas a mercê de sua própria revolta e sujeitas as de colegas pseudo-revoltados, como a SMED insiste em fazer atrapalhando e desautorizando o difícil trabalho dos professores sob o rótulo de que estão discriminando quando estão cobrando um mínimo de atitude, estudo e de tarefas bem feitas.
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