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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Sobre o processo de INQUISIÇÃO por que nós, professores, estamos passando!


Conheço razoavelmente as circunstâncias em que se deu o processo abaixo:

http://bhz5.pbh.gov.br/dom.nsf/domgeral/9FFCEF19AA05CA8A8325733A00707026?OpenDocument
(Diário Oficial do Município - Belo Horizonte Ano XIII - Nº: 2.911 - 08/18/2007)

A sentença, como outras de alguns colegas que acompanhei, mostra que a lógica com que trabalha a atual gestão, já arrogante e prepotente de sua longa permanência no poder, prima por impor com desmesurada e desproporcional força as penalidades aos colegas.
Embora não possa revelar aqui, que circunstâncias são essas, mesmo porque não fui autorizado pelos réus a fazê-lo, não creio que um erro, aliás, um equívoco e mesmo até, ingenuamente bem intencionado, sem clara intenção de dolo, cometido em vista do açodamento de um dos servidores e desconhecimento de outro, na urgência de REFAZER uma tarefa que foi mal instruída e que já tinha sido razoavelmente realizada, a fim de cumpri-la em prazo curtíssimo para não atrasar a gratificação dos colegas, comete um erro, posso dizer, até simplório, venha receber tamanha penalidade. Um deles, o José Carlos, é meu colega, que acompanho de perto, extremamente zeloso no cumprimento de sua função e outro, a Ângela Luci, que nunca soube de qualquer atitude que a desmerecesse profissionalmente.
Essa penalidade atinge especialmente a mim, na qualidade de um profissional como eles, de um professor que se esmera no cumprimento de minha função e no empenho pela superação das limitações que o nefasto quadro educacional em que se encontra a minha cidade e o meu país nos submetem. Ela reafirma a convicção de que a profissão que abracei, é, ultimamente, vítima do descaso das autoridades e bode expiatório das mazelas e desacertos dessa equivocada gestão educacional. Ela tornou a administração da educação no município uma questão meramente política, comprometendo a qualidade técnica da SMED e renegando para último plano a qualidade do aprendizado dos alunos. Não se considerou, creio eu, o comprometimento da qualidade do ensino ministrado, em função da interrupção de um excelente trabalho de mais de seis meses! Não se levou em conta o desmedido prejuízo da imagem de profissionais que não prejudicaram ninguém: nem a escola, nem os alunos, nem os colegas, nem a regional, nem os cofres públicos da prefeitura, NADA! Pelo contrário, só desejavam encaminhar um documento a fim de que se comprovasse o cumprimento de uma Reunião Pedagógica (que foi rigorosamente cumprida), apesar da forma intempestiva e desorganizada como essas reuniões foram concebidas pela SMED.
Punir, dessa forma, um profissional competente, é contraproducente e uma estupidez. Psicologicamente, para aqueles que sofrem essa punição, não é modelar, é aviltante. É punir, exemplarmente, os melhores exemplos profissionais que a PBH dispõe. É estimular os demais a serem medíocres, como os espertalhões que jamais erram, entretanto, nunca cumprem aquilo a que lhes foi incumbido fazer.
Financeiramente, fazer isso no meio do ano, retirar de um pai e de sua família, o sustento e da Ângela, que é arrimo de família, é completamente desastroso.
Não se trata aqui de negar uma esmola, nem de sustar uma bolsa, nem de impedir que haja uma remuneração indevida ou que se aufira um ganho de modo ilegítimo, como graça acontecer, escandalosamente, nas altas esferas. Trata-se de impingir a trabalhadores honestos, por um erro infeliz e, até mesmo provocado, até por negligência e excessos da gerência, a supressão de cerca de 1/6 e 1/4, respectivamente, daquilo que esses excelentes funcionários receberiam no ano, sem possibilidade nenhuma que esses possam, de alguma forma, ter como compensar isso. A chibata, nos tempos da escravidão, devia ser tão dolorosa e indigna quanto esse tipo de tortura oficial! Seremos ainda tão escravos quanto outrora foram nossos irmãos?
Como é que nós, professores, podemos continuar convivendo impassivelmente, sendo submetidos a esse tipo tratamento degradante por parte da PBH? Não me lembro ter notícia de semelhante onda de punições, tão disseminada e injustificável, contra os professores, nem no mais terrível dos períodos da ditadura. O que pretendem esses gerentes (uns até ex-colegas nossos) com esse tipo de atitude? Onde irão chegar?
Enquanto isso, nossos alunos, nosso futuro, passam quase o ano todo, ou de forma intermitente, sem professores de algumas matérias, sem livro didático, sem acesso aos novos meios tecnológicos, sem um reforço e apoio adequado para as demandas educacionais daqueles que estão extremamente defasados, comprometendo a qualidade do ensino e a possibilidade deles prosperarem e terem condições semelhantes aos das classes mais abastadas. Alguns até sendo brutalmente assassinados durante ou após sua passagem pela escola. Isso sem que ninguém seja exemplarmente responsabilizado ou punido. O exemplo que vem de cima é outro, não é mesmo?!
Sinceramente, meu sentimento é de profunda revolta e extrema desilusão. Se não amasse tanto a vida e não tivesse tanto carinho e consideração por meus alunos, familiares e colegas, e esperança de que um dia essa arrogância irá roer a corda desses que nos fazem mirar o abismo, não sei mesmo o que acabaria fazendo. Felizmente, não sou como nossos, hoje, algozes. Sou e sempre serei aluno/professor e estou certo que eles aprenderão a lição e se arrependerão, um dia, dessas atitudes levianas. Acredito que isso se dê pela evolução e aperfeiçoamento da via civilizada e democrática do nosso Estado de Direito. A menos, é claro, que isso chegue tarde demais.



3 comentários:

Anônimo disse...

Então quer dizer que todos na escola receberam por todas as reuniões, quer dizer que o dinheiro vai ter que voltar para a prefeitura? Ou não receberam e ficaram sem o dinheiro, ou alguns receberam e outros não. Porque a reunião era paga, né?
De qq forma, bastava que a regional conversasse com vcs,não é? Porque o problema foi parar na Corregedoria, se era tão pequeno?

Professor Público disse...

A segunda parcela ~da reunião não foi paga, referente ao segundo semestre!
Quanto ao problema, trata-se de uma ata que foi reenviada às pressas, já que, por um detalhe da primeira não foi aceita. Como vencia naquele dia,em duas horas, o prazo de envio das atas, a colega não teve tempo de recolher novamente as assinaturas e aí pode-se entender o que aconteceu, mas a ata já havia sido enviada e a reunião estava "pra lá" de comprovada. Foi para a corregedoria por pura perseguição e penso que, até, por vingança, já que tentaram, num outro julgamento da escola, que delatássemos colegas, sob o risco de sermos processados por calúnia e difamação já que, a então Diretora que havia feito a denúncia, era quem havia acobertado de antemão esses colegas e nem ela tinha provas de que o problema existira.
Aí, o que não tem remédio, remediado está, bola pra frente, mas a regional não entendeu assim porque sempre denunciamos essa Escola Plural e se espirramos agora, vamos parar na corregedoria!

Anônimo disse...

Deram mancada, quem faz ata é o pessoal da secretaria. são pagos e fazem concurso para isso. Quem não sabe fazer ata deve chamar os auxiliares e a secretária. O diretor devia estar cheio de serviço, foi ingênuo, e acreditou que a ata estava boa, já que veio de professora que trabalhou na regional por muito tempo. E quase todo mundo pagou, porque quase ninguém recebeu.