Há dois tipos de comentadores do nosso sistema escolar. Um fala, fala, fala e diz que estamos melhorando. O outro fala, fala, fala e diz que estamos piorando. O primeiro é empregado do Lula. O segundo é o professor universitário. Não conseguimos ainda produzir gente que diga o que todos os que não são nem empregados do Lula nem professores de universidades já sabem. Ou vamos para um salário do professor que o recoloque na classe média ou não adianta mais espernear. É sobre isso que ninguém quer falar.
Os que são empregados de Lula não param de discursar, apenas para tampar o Sol com a peneira. Mas ninguém mais acredita neles. Se o Lula for presidente novamente, certamente não vai ser pelo que fez (ou melhor, não fez) pela educação. Os que estão na universidade não tocam nas questões salarias e de condições de vida efetivamente, pois sempre esperam vender seus livrinhos de metodologia, para salvar o ensino. No fundo, esperam que algum governante venha chamá-los para alguma secretária de Educação ou ministério da Educação. São hipócritas. No fundo, são tão mentirosos quanto os que estão no governo.
O profundo nojo que causa essa gente nos professores da rede pública fica bem claro quando aparecem "reformas" e "capacitação". A maioria dos professores ou reage contra isso ou segue as coisas a contragosto. É claro, eles, os professores da rede sabem que estão lidando com falsários, que no fundo esses falsários só querem pegar "o seu".
A educação virou um negócio. Sim, mas não um negócio no sentido de negócio de dono de escola. A educação virou um negócio no sentido de que ela é uma forma de mentir no governo e mentir fora dele.
De hoje em diante proponho um "medidor de honestidade de educador" (MHE). O que é o MHE? Aplicamos o MHE assim: se um educador fala qualquer coisa sobre educação, mas não consegue ir ao centro do problema, que é devolver rapidinho o professor da rede pública ao seu lugar na classe média, ele está reprovado no MHE. Ele atingiu o ponto crítico de desonesto. Passem o MHE no ministério da educação, nas secretarias e nas universidades. Será que alguém será aprovado?
Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo.
O Filósofo
da Cidade de
São Paulo
Paulo Ghiraldelli Jr.
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segunda-feira, 3 de julho de 2006
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