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quarta-feira, 1 de junho de 2005

BIBLIOTECAS OU DEPÓSITOS DE LIVROS?

BIBLIOTECAS OU DEPÓSITOS DE LIVROS?

Responda rápido: o pessoal que trabalha na biblioteca de sua escola assemelha-se mais a um grupo de educadores ou a um grupo de almoxarifes?
São mais preocupados com a formação do leitor e com a transformação do espaço onde atuam num local de encontro dos diversos sujeitos da escola com a cultura (literária ou não) ou apenas se dedicam a arrumar estantes e atormentar usuários esquecidos, fazendo da biblioteca "mais o lugar onde se esconde o livro do que o lugar onde se procura fazê-lo circular"?*
Conheço muitos almoxarifes atuando em bibliotecas. A essência de seu trabalho resume-se ao contole da entrada e saída de objetos. Possuem baixíssimo conhecimento teórico e instrumental da sua área de atuação, seja em teoria literária, sociologia da leitura, ação cultural - e a SMED, por sua vez, não dá nenhum tipo de formação específica para o setor - e como não tem propostas de alcance educativo mais abrangente, são obrigados a "inventar" serviço, para não ficar o dia inteiro lendo jornal ou tomando cafezinho e fofocando com os colegas. Desse modo, colar um enfeite na porta do armário ou aplicar fita adesiva na lateral de um livro são, sob a ótica dos almoxarifes, mais importantes que apresentar bons materiais de leitura aos estudantes ou desenvolver ações pontuais, integrando sala de aula e biblioteca, no que se refere à pesquisa escolar por exemplo. Muitos desses almoxarifes, que estão fora da sala de aula em razão da readaptação funcional, aproveitam-se dessa excepcionalidade trabalhista para justificar a sua inoperância e ajudam a encher com suas lágrimas o mura das lamentações do setor.
Sou auxiliar de biblioteca desde a implantação do Programa de Revitalização de Bibliotecas da RME/BH, em 1997. De lá pra cá, não vi nada se revitalizando. Em razão da falta de seriedade da SMED em garantir a efetiva implantação do Programa, a indigência cultural de grande parte do pessoal de biblioteca e a ausência de intencionalidade educativa das escolas em relação às suas salas de leitura, não tenho pejo em dizer que essa iniciativa nasceu morta.
Millôr Fernandes, certa vez, ao lembrar todo o esforço que é necessário para o aprimoramento intelectual, observou que, apesar de tudo "o domínio do óbvio está ao alcance de qualquer um". E a mediocridade, salvo honrosas exceções, grassa na maioria das bibliotecas da RME/BH.

Halem Martins de Souza E.M.L.A


* retirado do artigo Livro,objeto do desejo, de autoria das professoras Ivete Walty e Maria Zilda Cury, publicado na revista Presença Pedagógica n.12 1996

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